Adentrei em teu coração,
perpassei muros,
saltei arames,
enveredei-me em direção à alma.
Um tênue caminho fez-me encontrá-la.
Percebi estilhaços,
feridas descascadas,
cálices transbordando,
uma escuridão e um uivo ao fundo.
Mas quando me dei conta de tamanha profundidade,
uma Lua branca e luminosa surgia,
afagando a minha face com sua luz desvairada.
Havia uma rebeldia instaurada,
uma sede que não passava com água.
Um borbulhamento de crateras lunares a fez explodir,
minar gotas de cristais
que caíram docemente pela minha pele
e fez-me te sentir.
Aqueles frios e ternos cristais vibraram meu ser.
Senti em tua alma
uma paradoxal angelitude regada de desejos insanos.
Alma anafilática,
de congruências sublimes,
que acalanta esmero,
desmedidamente sentimental,
que aflora e fenece com uma similar velocidade.
Chora, ri, geme, padece, encanta, ama.
Falta-lhe um toque,
apenas um pulcro toque que te baste
e nela mesma te encontres,
pois, dentro dela me achastes.
Autoria: Valéria Sabrina
Imagem: www.deviantart.com
2 comentários:
Parece música!
Lela... vc é fera!
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