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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Conversa pra ninguém (I) ou pequenos mistérios de sobrevivência


Essa necessidade de ser um no outro acaba por ser inevitável. Temos a opção de sermos nós mesmos. Mas, preferencialmente mergulhamos no outro. Abrigamos-nos nele. Fazemos dele casa e lá moramos com todos os nossos apetrechos e coisinhas furtivas, bugigangas e quinquilharias. Quando nos acomodamos nele, queremos colocar ordem na casa, arrumá-la do nosso jeito, mudar as coisas de lugar, arrastar móveis, limpar poeira, averiguar em baixo do tapete. Então, invadimos seu espaço. Não nos contentamos com o que nos é dado. Não queremos apenas um cômodo da casa, queremos todo o seu terreno, brincar no seu quintal, replantar o seu jardim, retirar as margaridas e substituir por orquídeas, colocar outras toalhas na mesa, trocar os lençóis de cama, abrir as cortinas. Mas cada residência abriga também um banheiro sujo, teias de aranha num cantinho, pedaços de paredes descascando, uma camisa encardida. Não adianta tentar sozinha por ordem na bagunça. Só de olhar dá um nó no juízo sem saber no que mexer primeiro, sem saber também que não nos é permitido alterar o estado de sincronicidade que a casa já está habituada. Temos que faxinar em parceria. Varrer, polir, lavar, regar, sacudir, enxugar, aspirar. A casa nunca ficará limpa e arejada até satisfazermo-nos, é um cuidado contínuo, um zelo conjunto. Tenhamos paciência para a arrumação diária ou para a bagunça instituída. Que seja um lar agridoce lar.

Valéria Sabrina

2 comentários:

Poesia na alma

Chorei!

Lorena Nogueira

Maravilhaaaa.
Lela vc só me dá orgulho.
Claro que amie e me identifiquei,né?
Bjo Minha flor de Liiis!

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