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segunda-feira, 25 de julho de 2011

A um ser querido

                                                           (http://www.deviantart.com/)

A ti, meu amigo, deixo-te a fascinação, o encantamento e o belo, não permitas que essas coisas te saiam da vida, não há como viver sem a magia da poesia. Se me vires mais uma vez chorando, saibas que vai passar. É triste, é duro, eu sei. Mas guarda esses teus abraços para mais pessoas, distribua-os para os que têm o coração semelhante ao meu, que exaspera bondade  e melancolia.

Afasta-te dos caminhos maus, das veredas inconstantes e das pedras de tropeço. Procura refrigérios, colibris endoidecidos e a temperatura de outono. Se quiseres, podes fazer caminhadas espirituais até o infinito e além, mas volta para cuidar dos teus. Volta sempre com algum acréscimo benéfico para esta vida que é impiedosa e doce. Desvia-te das armadilhas e deixa ramos de orquídeas raras ou ainda margaridas mimosas, no tocante, flores são sempre flores e os girassóis dançam com a luminosidade solar.

Dá-te sempre aos incansáveis tratamentos de amor, não desistas dele, olhe-me como símbolo e mártir, nunca desisti, mesmo sabendo de quantas e quantas vezes amaria e amaria de novo, mesmo tu ouvindo desses meus lábios que não amaria mais. Mas o amor é assim, ele nos pega, nos abraça e se aninha. Ou somos nós que nos aninhamos nele? O amor não é para todos, mas todos devem ser amados. Bem- aventurados os que amam.

Perdoa sempre. Grandiosa virtude é a do perdão. Sê sábio e sorri para a vida. E continua a cultivar os pensamentos dessa pessoa que muito te estima e a fé que ainda tem pela humanidade, essa fé que te deixo para superar o mundo tenebroso. Tomemos um chá de flor que o tempo é raro.


Autoria: Valéria Sabrina

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Quem é ela?



Ela me ronda, me prende, me arranha, me desgrenha.
Me puxa pelo cabelo e solta seu hálito cálido em minhas narinas.
Me perfura, me renega, me aperta,
Me lambe, me morde, me acaricia.
Me fascina, me engana, me excita.
Me enraivece, me chora, me ri, me amolece.
Me degusta, me mastiga, me cospe,
Me escarnece.
Me liquidifica, me afunda.
Me queima, me evapora.
Ela não me deixa, me floresce.
Me injuria.
 Me pegou de jeito, essa tal de poesia. 

Autoria: Valéria Sabrina

sábado, 9 de julho de 2011

DOIS ou Juras de Subsistência



Enlaça-me. Não tenhas impropérios.
Recobre tuas dúvidas com a luz divina.
Aquece-me com o fio de tua angústia.
Ela é grande e tardia.
Mas a amo.
Porque tudo que há em ti é digno de amor.
E em mim tudo está demasiado amante
porque a tua força é a minha força
e ela se faz presente nos amavios sinuosos
de tuas retinas extenuadas.

Não te aflijas.
Estarei aqui quando quiseres partir.
Sobre nós esse tempo ardido e descomedido
faz revoadas e renovadas sutis.
Pintarei de púrpura o nosso momento silencioso de dores.
Lacrimerajaremos as injúrias e penas
desses desatinos improváveis,
Mas, encheremos o cálice da vida.
O teu beijo será sempre o meu beijo.       
E minhas mãos não percorrerão
Outra face senão a tua.

O encontro das almas sempre nos será possível.
No deserto. Na chuva. No mormaço.
Em todo o tempo, como em tempo algum.
Da minha alma tirastes pedaços
e eles me são teus.
Eu irei. Tu irás.  
Resignaremos um ao outro.

Num espaço de ternuras e consternações
não nos olvidaremos.
Diluir-nos-emos
pelos rastros imaculados de amor
que por assim encontrarmos.
Por mais ínfimo e recôndito que sejam:
Sobreviveremos. 

Autoria: Valéria Sabrina