- Ei mininu! É tu mermu. Eu sei que é tu. Demorô, ein... Tá cansadu, benzin? A viage foi longa? Eu sabia que tu vinha. Oiei pru céu, sinti qui um anjo ia caí. E é tu meu querubim. Senta! Achu qui tuas asa tá amarrotada. Vô te fazê um cuscuz quentin e um café forte. En ein, deve de tá cum fome, essi meu anjo. Vem! Se acomodi.
A casa é simplis, mais é tua benzin, vai ser nossu nin. Nossu nin de amô. Depois da janta, deita qui do meu ladin, vô te fazê cafuné até durmi. Quano nóis levantá de manhãzinha, vô te levá pra sintí o sol dessi sertão. É um sol quente, mei violento, mais é bão. Vai gostá, meu anjo, purque quano o calô tá grandi, a gente vai se refrescá nu rio. Vou te banhá.
E depois vamo corrê mato a dentro, se imaranhá nus arbustu até tu ficá bem coladin ni mim. Aí, a tardinha vai chegano e vamo vê o sol se pono. As istrelinha vão surginu, colorinu esse céu de ondi tu saiu, aí a lua vai alumiá nossos coração e vamu se perdê nessa angelicá noiti de paxão.
Autoria: Valéria Sabrina
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