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sábado, 28 de maio de 2011

Estupidez pueril




OLHOS ALTIVOS, PERCEPÇÕES IMINENTES.
A MENINA TENTAVA ACOMPANHAR A BORBOLETA
QUE RODOPIAVA EM ARES FRESCOS
MULTICOLORINDO OS CAMINHOS QUE PERCORRIA.
A GAROTA QUER TODAS AS CORES PARA ELA
COMO AS FASCINAM...
CÚPULA DE VIDRO. CORES APRISIONADAS.
O SONHO FOI REALIZADO.
- CRIANÇA CRUEL E IMPIEDOSA!
O QUE A TOLICE NOS LEVA A FAZER...
EM CONCRETIZAÇÃO DO SEU EGOÍSMO
MATOU UM SER.
É PRECISO DA MORTE PARA VIVER?


Autoria: Valéria Sabrina

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Anjin du meu Sertão


- Ei mininu! É tu mermu. Eu sei que é tu. Demorô, ein... Tá   cansadu, benzin? A viage foi longa? Eu sabia que tu vinha. Oiei pru céu, sinti qui um anjo ia caí. E é tu meu querubim. Senta! Achu qui tuas asa tá amarrotada. Vô te fazê um cuscuz quentin e um café forte. En ein, deve de tá cum fome, essi meu anjo. Vem! Se acomodi. 

A casa é simplis, mais é tua benzin, vai ser nossu nin. Nossu nin de amô. Depois da janta, deita qui do meu ladin, vô te fazê cafuné até durmi. Quano nóis levantá de manhãzinha, vô te levá pra sintí o sol dessi sertão. É um sol quente, mei violento, mais é bão. Vai gostá, meu anjo, purque quano o calô tá grandi, a gente vai se refrescá nu rio. Vou te banhá. 

E depois vamo corrê mato a dentro, se imaranhá nus arbustu até tu ficá bem coladin ni mim. Aí, a tardinha vai chegano e vamo vê o sol se pono. As istrelinha vão surginu, colorinu esse céu de ondi tu saiu, aí a lua vai alumiá nossos coração e vamu se perdê nessa angelicá noiti de paxão.

Autoria: Valéria Sabrina

Evocação de meus ais




Quero te tatuar em mim, 
ofuscar tuas vontades viscerais aos meus desejos.
Te possuir no mais absoluto, resoluto gracejo,
te explorar as peripécias dessa sobriedade meticulosa.
Dá-me tua mão, vem!
Não tenhas medo.
O mar é grande, mas, maior do que ele é o exagero do amor
que consome meus ardilosos pensamentos a teu respeito.
Eles perpassam o contínuo-espaço tempo 
e te trazem para perto de mim.
Sim! Aqui onde é teu lugar,
Sentindo cada poro, cada centímetro de pele, cada contorno
E os picos de calor e de frio deste meu corpo
Que ora arde extenuadamente em chamas delirantes,
ora se resigna a calafrios que me fazem ranger os dentes.
Mais uma vez te chamo, não demoras...
Perdoe-me esse egoísmo exacerbado, 
mas apressa-te, já é chegada a hora.

Autoria: Valéria Sabrina

domingo, 8 de maio de 2011

E tudo mudou... (Por Luís Fernando Veríssimo)






O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss

O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone

A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM

A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse

Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal

Ninguém mais vê...

Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service

A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão

O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD

A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email

O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street

O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também

O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike

Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato

Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...

A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!

A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...

... De tudo.

Inclusive de notar essas diferenças.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Cerejeiras


Num campo repleto de cerejeiras
Vejo-as desfolhando-se, sinuosas,
Espalham-se, assim, as lágrimas do outono
Num tapete em nuances de rosa.
O vento toca em vermelhos carmesins
Doces como um beijo em pleno entardecer
E a saudade inebriada quase que sem fim
Paira em suaves amavios
À procura da fonte qual deve beber.

                          AUTORIA: VALÉRIA SABRINA