A ti, meu amigo, deixo-te a fascinação, o encantamento e o belo, não permitas que essas coisas te saiam da vida, não há como viver sem a magia da poesia. Se me vires mais uma vez chorando, saibas que vai passar. É triste, é duro, eu sei. Mas guarda esses teus abraços para mais pessoas, distribua-os para os que têm o coração semelhante ao meu, que exaspera bondade e melancolia.
Afasta-te dos caminhos maus, das veredas inconstantes e das pedras de tropeço. Procura refrigérios, colibris endoidecidos e a temperatura de outono. Se quiseres, podes fazer caminhadas espirituais até o infinito e além, mas volta para cuidar dos teus. Volta sempre com algum acréscimo benéfico para esta vida que é impiedosa e doce. Desvia-te das armadilhas e deixa ramos de orquídeas raras ou ainda margaridas mimosas, no tocante, flores são sempre flores e os girassóis dançam com a luminosidade solar.
Dá-te sempre aos incansáveis tratamentos de amor, não desistas dele, olhe-me como símbolo e mártir, nunca desisti, mesmo sabendo de quantas e quantas vezes amaria e amaria de novo, mesmo tu ouvindo desses meus lábios que não amaria mais. Mas o amor é assim, ele nos pega, nos abraça e se aninha. Ou somos nós que nos aninhamos nele? O amor não é para todos, mas todos devem ser amados. Bem- aventurados os que amam.
Perdoa sempre. Grandiosa virtude é a do perdão. Sê sábio e sorri para a vida. E continua a cultivar os pensamentos dessa pessoa que muito te estima e a fé que ainda tem pela humanidade, essa fé que te deixo para superar o mundo tenebroso. Tomemos um chá de flor que o tempo é raro.
Autoria: Valéria Sabrina